Tratamento de águas residuais no estado de Santa Catarina

O estado de Santa Catarina, localizado no sul do Brasil, está entre os mais desenvolvidos do país. No entanto, ainda apresenta um atraso relevante na área de saneamento básico: apenas 15% da população urbana têm acesso ao sistema de saneamento, enquanto a média nacional é de 50%. A Companhia Catarinense de Água e Saneamento (CASAN), sociedade de economia mista da qual o estado detém a maior parte do capital, engajou-se em um programa ambicioso de recuperação dos investimentos neste setor.

A CASAN mobilizou financiamentos provenientes de recursos federais dedicados à recuperação de infraestruturas. A AFD financia este programa por meio de um empréstimo direto à companhia.

O programa de infraestruturas de saneamento básico compreende 500 km de redes de esgotos, 40.000 conexões à rede, 14 estações de tratamento de água totalizando uma capacidade de tratamento de 45.500 mᵌ/dia, e um sistema de telegestão dos equipamentos eletromecânicos e de supervisão (gestão dos alarmes, diagnóstico, acompanhamento das performances). Essas ferramentas de gestão, em fase experimental no tocante à distribuição de água e as quais ainda não existem para o setor de saneamento, passarão a ser utilizadas de forma geral na CASAN.

O programa contribui para melhorar o acesso aos serviços de saneamento de uma população de 200 mil pessoas. Um sistema de informação geográfica é igualmente previsto para otimizar a manutenção e a inovação das redes de água e de saneamento. Um consultor dará assistência à CASAN para definição de suas necessidades e implementação desta ferramenta. O lodo proveniente do tratamento (7.500 mᵌ/ano no caso do programa) será depositado em aterros; já o metano produzido pelas estações será queimado no próprio local. Dadas as conclusões destas pesquisas, a AFD poderá acompanhar o estado de Santa Catarina e a CASAN para elaborar uma estratégia relativa ao lodo proveniente do saneamento.

Efeitos econômicos: valorização do potencial turístico, em particular no litoral, e redução das despesas ligadas à saúde pública e do custo de tratamento para tornar a água potável.

Efeitos ambientais: diminuição da eliminação do esgoto não tratado no meio natural (nova capacidade de tratamento de 45.500 mᵌ/dia), mais especificamente nas regiões de Rio do Peixe e do Litoral Centro Sul, e melhoria da qualidade das substâncias eliminadas nas águas, lagunas e litoral marítimo em conformidade às normas ambientais brasileiras.

Efeitos sanitários e sociais: diminuição da exposição às doenças causadas pela água e melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas. O programa contribui para melhorar o acesso aos serviços de saneamento a uma população de 200 mil pessoas.